Da mata ao mar a Pipa dá um banho de ecologia




Se você está em busca de contato direto com a natureza, pode ficar tranqüilo, pois grande parte da orla de Pipa e Tibau do Sul é Área de Proteção Ambiental (APA)- sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema-RN). O município foi também escolhido para ser um dos pilotos do Projeto Orla. Em 98 a comunidade se organizou e fundou o NEP (Núcleo Ecológico da Pipa) para atua na região com a difusão da informação ambiental.
Porque há de se preservar essa Mata Atlântica que garante boas caminhadas (veja Santuário Ecológico e Passeios), onde se pode observar diversas espécies de pássaros e os alegres saguiis. O mar de águas limpas é ponto de encontro de golfinhos e de tartarugas marinhas.

ATENÇÃO! MUITO IMPORTANTE!

Lembre-se de quando estiver por aqui: não jogar papel de sorvete, latas, cigarros, sacos plásticos na praia; não passear de buggy ou à cavalo por locais sinalizados como de desova; à noite não direcionar feixes de luz para as tartarugas. Com consciência ecológica você usufruiu das maravilhas de um paraíso tropical e contribui para que nosso ambiente seja sempre de tão rara beleza.

SAGUIS


Esses simpáticos bichinhos de nome científico Calitrix jaccus são também conhecidos como Soin.
Eles fazem parte da paisagem pipense, já são dóceis devido ao grande contato com humanos e podem ser vistos com facilidade durante o dia.
São animais arbóreos, vivem no máximo quatro anos e geralmente vivem em grupos de dois a 13 indivíduos. Alimentam-se de insetos, frutas e gomas de árvores.
À noite dormem juntos em um ninho construído de vegetação ou num galho. Os machos carregam os filhotes nas costas, entregando-os às fêmeas para a amamentação.

Apesar de viverem em grupos com muitos machos e fêmeas, somente um casal, o dominante, pode ter filhotes. Podem ser vistos da Bahia ao Ceara e na região de caatinga.

GOLFINHOS


O boto cinza (Sotalia guianensis) pode ser freqüentemente encontrado nas enseadas do Madeiro e Curral, também conhecidas como Baía dos Golfinhos e laguna de Guaraíras. O boto cinza, ou Tucuxi, como é conhecido na região do Amazonas são monitorados atualmente pelo Projeto Botos de Pipa, da UFRN. O estudo abrange o comportamento, distribuição e ecologia destes carismáticos mamíferos marinhos.
Alguns estudos demonstram que esses animais são vistos exclusivamente em zonas costeiras, habitando baías, estuários e lagunas.

Geralmente podem ser encontrados ao longo da costa leste da América do Sul e Central, tendo como limite norte a Nicarágua e limite sul, o estado de Santa Catarina.

Os golfinhos habitam águas pouco profundas, sendo os estuários e enseadas importantes áreas de alimentação a base de tainha, saúnas, sardinhas, lulas e crustáceos.

As áreas estuarinas e enseadas, por serem locais protegidos, podem também ser utilizadas pelo boto cinza para descanso e cuidado com os filhotes.

É um dos menores cetáceos. Seu comprimento médio é de 1,8m, podendo atingir um máximo de 2,2m. Os filhotes medem 1/3 do comprimento dos adultos e são auxiliados pelos adultos logo ap ós o nascimento no aprendizado para respiração, pesca, brincadeira.
Essa espécie atinge a maturidade sexual com cerca de 1,4m. O boto cinza é uma espécie social, variando os agrupamentos de dois a seis indivíduos.

Poucos estudos envolvendo comportamentos do boto cinza e a ecologia foram realizados até o momento. Podemos destacar o registro do comportamento aéreo e de pesca, comportamento de brincadeira, padrão de residência e uso de área e interações com humanos na pesca.

TARTARUGAS MARINHAS


Somente neste ano o Projeto Tamar encontrou e monitorou até a eclosão 150 ninhos viáveis em nossas praias. Levando em conta que uma tartaruga adulta chega a colocar em cada ninho uma média de 120 ovos, significa que entre 2001 e 2003 mais de 40 mil novas tartaruguinhas correram pelas praias de Pipa em busca do mar.
O número pode parecer expressivo, mas o ambiente é muito hostil e as tartarugas marinhas mesmo com 150 milhões de anos de existência continuam sendo presas fáceis. Somente uma ou duas entre mil conseguem atingir a fase adulta (quando sobrevivem elas chegam a viver entre 70 a 100 anos).




Por Brunno Martins:


Sem dúvida Pipa é um dos lugares que eu mais gostei de ir, apesar de não ir com visitar com tanta freqüência, as vezes que eu fui foram de encher os olhos. Nas férias do início deste ano, eu pude ver de pertinho pela primeira vez os golfinhos. No dia 1º de janeiro os banhistas puderam contemplá-los bem de perto, eles nos rodeavam educadamente, respeitando nosso espaço, e nós o deles.
Algo que me fez apaixonar ainda mais pelo lugar foi tomar conhecimentos dos projetos ecológicos que hoje são realidade em Pipa. É bom saber que existem órgãos como o IDEMA-RN dispostos a lutar pela preservação de lugares como esse e de sua respectiva fauna. O NEP (Núcleo Ecológico de Pipa) fundado pela comunidade também é um projeto aplaudível que promove a informação ambiental.

Se você ainda não conhece Pipa, eu recomendo uma visita a esse lugar maravilhoso presente em nosso Estado. Lembrando sempre da colaboração em seus projetos ecológicos, como o simples falto de manter a praia limpa, não agredir os animais e desfrutando assim do melhor que a natureza pode nos oferecer.



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